segunda-feira, 4 de abril de 2011

O amor quando ex-amor


O que há de mais concreto que o amor? O que há de mais real que a dor que sentimos ao sofrer por alguém? Aquela falta quase vital da presença, dos carinhos, do cheiro?  Agora me diga o que há de mais abstrato que o amor? Me desenhe o amor. Me desenhe a dor. Me desenhe a saudade.
            Como pode uma única coisa se os seus dois opostos ao mesmo tempo? É aquela presença na ausência, a falta que fica mesmo quando se acabou de partir. Uma vez ouvi que a saudade é um pouco como fome, só passa quando se consome a presença da pessoa amada. Mas essa é uma fome injusta que só aumenta quanto mais se consome.
            Ontem o amor me traiu. Um amor que eu imaginava morto me surpreendeu com as seguintes palavras: “Hoje eu sei. Você foi à melhor coisa que já aconteceu na minha vida.” Mas palavras mentem sobre sentimentos que não sentem. Pois como alguém poderia deixar passar a melhor coisa da sua vida? Deveria eu acreditar nisso? Devo me deixar confundir? Será que minhas palavras também metem? Será que elas sabem o que sentem? Por que ficaria eu tão abalada por escutar palavras de uma boca que não beijo mais, de um corpo que eu já não sinto, de um sentimento que eu julgava morto, mas nem tão morto assim, pois me fez sentir como se estivesse vivo.
            Hoje percebi que não é seguro amar mais de uma vez na vida. A menos que essa pessoa tenha morrido, ela sempre poderá voltar e te deixar confuso. Os amores sempre estarão sujeitos a comparação e você sempre poderá se perguntar se estar com o amor certo. É difícil saber. Mas o próprio jogo já te da pistas. Na disputa estará um amor que te abandonou versos um amor que te acolheu... Enfim...Vamos pensar um pouco...

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